20 de dezembro de 2010

Por Que Eu Sei Que é Amor



Para todos os amados, para todos os amantes, para todos que se amam...


Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova

Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora

Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
E eu peço somente 
O que eu puder dar

Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta

Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo

Porque eu sei que é amor

12 de agosto de 2010

Do que as Mulheres Gostam


Uma pesquisa da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, descobriu o tipo de homem que deixa as mulheres babando. Ele é médico, bem-humorado e tem olhos claros.
Não preenche os requisitos? Nem tudo está perdido. Para 90% das 4mil mulheres entrevistadas, o melhor candidato é aquele que as faz rir. 
Já a ala masculina prefere enfermeiras morenas e curvilineas, de prefêrencia com ótima habilidade na cozinha e histórico de poucos parceiros na cama.

5 de julho de 2010

Os Nascidos no Tempo de Escorpião





Quem nasce no tempo de Escorpião recebe do céu um dom que, se não for bem compreendido e bem usado, pode ser fonte de muita perturbação: a capacidade de perceber a tensão que está dentro das coisas e que vai fazer elas mudarem. Ao contrário de Touro, que se encanta e se apaixona pelas coisas como elas parecem ser, Escorpião é atraído pelo mundo misterioso que existe por trás das aparências.
Sempre associado à morte, à violência, ao ciúme e à sexualidade exagerada, Escorpião é talvez o mais mal falado de todos os signos. É possível que a má fama tenha vindo do fato de que, para os povos que criaram a astrologia, essa época do ano correspondia ao outono, o tempo em que a natureza ensina aos homens que morrer é natural. Mais do que natural, é necessário.
Por sua oposição ao signo de Touro, que simboliza a Primavera, Escorpião sabe que mesmo as coisas mais perfeitas e belas não vão ser perfeitas e belas para sempre. E pressente o que elas vão ser depois. Touro se encanta com a beleza das flores. Escorpião é apaixonado pelas sementes que só vão mostrar sua força depois da morte da flor.
Quem nasce com o sol em Escorpião vê o mundo e as outras pessoas com olhos de raio -X e isso às vezes cria problemas. Como imaginam que todo mundo pode ver o que eles veem, tendem a ser muito fechados. Criam uma verdadeira barreira em torno dos seus sentimentos, que são sempre muito intensos. Eles estão sempre “morrendo” de amor, “morrendo” de saudade, “morrendo” de rir, “morrendo” de raiva.
A natureza violenta de seus sentimentos e paixões não deixa margem a meios termos, a meias medidas. Ele ama ou odeia e... sabe odiar da forma mais fria e cruel possível! 
O planeta Plutão, que rege o signo, é o mais frio do nosso sistema solar. Ele rege o domínio, a manipulação, o controle, o poder, o sexo e a morte. 
Mas quando a imensa energia desse signo misterioso encontra uma saída construtiva é que podemos avaliar a força de um Escorpião.  Escorpião também tem seu lado bom, Podemos citar a persistência, a paciência, a introspeção, e a capacidade de vencer qualquer obstáculo, removendo literalmente as montanhas para alcançar seu objetivo.
Portanto, se você conseguir conviver com o ciúme, a posse, a desconfiança, a manipulação, bem... vá fundo no relacionamento porque ele valerá a pena já que você terá um ótimo amante. Neste caso o escorpiano colocará em você uma etiqueta de "minha propriedade" e controlará todos os seus passos, mas lhe dará em troca um amor profundo, muito sexo e devoção.

6 de junho de 2010

Não Precisa Mudar

Há momentos em que nem tudo sai como nós queremos, que nem tudo é tão gostoso como gostaríamos, e as vezes nem tão importantes como deveriam ser... Mas no fim agente se entende...


Não precisa mudar

Vou me adaptar ao seu jeito
Seus costumes, seus defeitos
Seu ciúme, suas caras
Pra quê mudá-las?


Não precisa mudar
Vou saber fazer o seu jogo
Saber tudo do seu gosto
Sem deixar nenhuma mágoa
Sem cobrar nada
                                                                    
Assim eu sei que no final fica tudo bem
A gente se ajeita numa cama pequena
Te faço um poema, te cubro de amor

Então você adormece
Meu coração enobrece
E a gente sempre se esquece
De tudo o que passou

Não precisa mudar
Vou me adaptar ao seu jeito
Seus costumes, seus defeitos
Seu ciúmes, suas caras
Pra quê mudá-las?

Não precisa mudar
Vou saber fazer o seu jogo
Deixar tudo do seu gosto
Sem guardar nenhuma mágoa
Sem cobrar nada

Se eu sei que no final fica tudo bem
A gente se ajeita numa cama pequena
Te faço um poema e te cubro de amor

Então você adormece
Meu coração enobrece
E a gente sempre se esquece
De tudo o que passou

Se eu sei que no final fica tudo bem
A gente se ajeita numa cama pequena
Te faço um poema, te cubro de amor

Então você adormece
Meu coração enobrece
E a gente sempre se esquece
De tudo o que passou

Não precisa mudar...

Saulo Fernandes

20 de abril de 2010

A Idade de Ser Feliz



Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade, sem medo, nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem; em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO,
de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se
PRESENTE e tem a duração do instante que passa. 


   









7 de abril de 2010

O Paradoxo do Nosso Tempo

A algum tempo havia lido esta crônica  e não sabia quem era o autor. E por acaso a encontrei no Blog Fábrica de Idéias. Vocês provavelmente já devem conhecer, mas vale a pena reler.


O Paradoxo do Nosso Tempo

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós amamos raramente, e odiamos freqüentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver.
Adicionamos anos à nossa vida, e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas não cruzamos a rua pra encontrar um novo vizinho.
Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma;
Dominamos o átomo, mas não nosso preconceito;

Escrevemos mais, mas aprendemos menos;
Planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;

Tempo do homem grande de caráter pequeno;
Dos lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis. Dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas".
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar em “delete”.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer "eu te amo" à sua esposa (o) e às pessoas que ama.
Mas em primeiro lugar, se ame... se ame muito e a Deus sobre todas as coisas.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.

Por isso, valorize sua família e as pessoas que fazem parte de sua vida.


George Carlin

2 de abril de 2010

Falando de Sexo

                                                                     
Homens e mulheres querem a mesma coisa: ter uma relação sexual realmente satisfatória. Mas nem sempre seus ponteiros estão ajustados e isso pode trazer frustrações.

As expectativas masculinas e femininas são diferentes quando se trata de sexo. Cada um possui uma visão do que é prazer e usa isso como referência para agradar ao outro.

Segundo a psicóloga e terapeuta sexual do Instituto H. Ellis (SP) afirma: " A satisfação do homem é mais focada no pênis. Ele costuma direcionar os estímulos eróticos para essa área e parti para a penetração.
Já a mulher prefere que outras zonas erógenas sejam exploradas antes de ser acariciada nos genitais".

A mulher e homem também têm formas distintas de lidar com a atração pelo sexo oposto. "Quando imagina que pode rolar um clima de intimidade com a parceira, ele já se enche de motivações sexuais. Ela, mesmo quando quer transar, tem fantasias mais românticas. Os dois podem partilhar intenções iguais e estarem com o nível de desejo sexual equilibrado, mas cada um imagina um caminho para chegar ao mesmo ponto", explica Margareth.


Não é a toa que a principal queixa dos casais é a falta de sintonia na intimidade. Segundo o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Junior, é possivel ajustar os ponteiros na cama com simples mudanças de comportamento, como; não relacionar freqência à qualidade e nao confundir libido com orgasmo.

"O sexo deve surgir do amor e do desejo, não da rotina. O homem, por exemplo, tem que ser mais sutil e carinhoso e compreender as necessidades da parceira na hora H".

"Entender suas desigualdades e conquistar uma sintonia erótica são fundamentais para que o envolvimento sexual não se torne problemático. É preciso criar um arranjo satisfatório para ambos", comenta Margareth.

Artigo publicado na revista Ouse


A critaividade é um ingrediente importantíssimo na vida a dois. Criar um clima de sedução e desejo entre o casal torna o sexo ainda mais prazeroso, óleo de massagem, perfumes afrodisíacos, acessórios, música são indispensáveis entre quatro paredes. Tornando a relação satisfatória para ambos.

31 de março de 2010

O Vôo da Águia




Já que estamos  nesse clima de recomeçar, com a alma limpa para novas coisas, vou iniciar transcrevendo algo que recebi. Havia pensado em outra crônica, coisa tipo "propostas para um novo milênio", como o fez Ítalo Calvino. Mas à$ vezes um texto parabólico, elíptico, pode nos dizer mais que outros pretensamente objetivos. Ei-lo:

"A águia é a única ave que chega a viver 70 anos. Mas para isso acontecer, por volta dos 40, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão.
Nessa idade, suas unhas estão compridas e flexíveis. Não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. Seu bico, alongado e pontiagudo, curva-se. As asas, envelhecidas e pesadas em função da espessura das penas, apontam contra o peito. Voar já é difícil.

Nesse momento crucial de sua vida a águia tem duas alternativas: não fazer nada e morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que se estenderá por 150 dias.

A nossa águia decidiu enfrentar o desafio. Ela voa para o alto de uma montanha e recolhe-se em um ninho próximo a um paredão, onde não precisará voar. Aí, ela começa a bater com o bico na rocha até conseguir arrancá-lo. Depois, a águia espera nascer um novo bico, com o qual vai arrancar as velhas unhas. Quando as novas unhas começarem a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só após cinco meses ela pode sair para o vôo de renovação e viver mais 30 anos."

Esse texto foi mandado como um cartão de fim de ano pela Rose Saldiva, da Saldiva Propaganda. Tem mais um parágrafo explicitando, comentando essa parábola e o titulo geral é "Renovação".

Achei que você ia gostar de tomar conhecimento disto, sobretudo quando janeiro nos inunda com sua luz.
Este texto vale mais que mil ilustrações.

Sei como é difícil uma nova ou surpreendente idéia para cartão de fim de ano. Mas esse, além de bater fortemente em nosso imaginário, dispara em nós uma série de correlações e desdobramentos.

A abertura é seca e forte. Não há uma palavra sobrando. Parece as batidas do destino na Quinta Sinfonia de Beethoven. Releiam. "A águia é a única ave que chega a viver 70 anos. Mas para isso acontecer, por volta dos 40, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão.” ·

Já li em algum lugar que Jung dizia que, em torno dos 40, alguma coisa subterrânea começa a ocorrer com a gente e os seres humanos sentem que estão no auge de sua força criativa. É quando podem (ou não) entrar em contato com forças profundas de sua personalidade.

Já ouvi de especialistas em administração de empresas que tem uma hora em que elas começam a crescer e seus dirigentes têm que tomar uma decisão — ou fazem com que cresçam de vez assumindo mais pesados desafios ou, então, fecham, porque ficar estagnado é apenas adiar a morte.

Já mencionei em outras crônicas o personagem Jean Barois (de Roger Martin du Gard) que fez um testamento aos 40 anos, quando achava que estava no auge de sua potência intelectual, temendo que na velhice, carcomido e alquebrado, fizesse outro testamento que negasse tudo aquilo em que acreditava quando jovem. Com efeito, envelhecendo, fez realmente outro testamento que desautorizava e desmentia o anterior. É que sua perspectiva na trajetória da vida mudara, como muda a de um viajante ou a do observador de um fenômeno.

O ano está começando.

Mais grave ainda: um século está se iniciando.

Gravíssimo: mais que um ano, mais que um século, um novo milênio está se inaugurando.

Três vezes Sísifo: o ano, o século, o milênio.

Sísifo — aquele que foi condenado a rolar uma pedra montanha acima, sabendo que quando estivesse quase chegando no topo — cataprum!... a pedra despencaria e ele teria que empurrá-la, de novo, lá para o alto.

Pois bem: "A águia é a única ave que chega a viver 70 anos. Mas para isso acontecer, por volta dos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Nesta idade suas unhas estão compridas. Não conseguem mais agarrar as presas das quais alimenta. Seu bico, alongado e pontiagudo, curva-se. As asas, envelhecidas e pesadas em função da espessura das penas, apontam contra o peito. Voar já é difícil.” ·

Nossa sociedade pensou ter inventado uma maneira de resolver, nos seres humanos, o drama da águia: a cirurgia plástica. Silicone aqui e acolá, repuxar a pele acolá e aqui, pintar e implantar cabelos. Isto feito, a águia sai flanando pelos salões, praias, telas, ruas, escritórios e passarelas.

Mas aquela outra águia prefere uma solução que veio de dentro. Talvez mais dolorosa. Recolher-se a um paredão, destruir o velho e inútil bico, esperar que outro surja e com ele arrancar as penas, num rito de reiniciação de 150 dias.

Então a águia, digamos, acabou de descasar.
(Tem que redimensionar seu corpo e seus desejos, desmontar casa e sentimentos, realocar objetos e sensações, reassumir filhos.)

Então a águia, digamos, acabou de perder o emprego.
(Tem que descobrir outro trajeto diário, outras aptidões, enfrentar a humilhação.)

Então, a águia,digamos, acabou de mudar de país.
(A crise ou o amor levou-a a outras paragens, tem que reaprender a linguagem de tudo e reinventar sua imagem em outro espelho.)

Então, a águia, digamos, acabou de perder alguém querido.
(É como se uma parte do corpo lhe tivessem sido arrancada, sente que não poderá mais voar como antes, que o azul lhe é inútil.)

Então, a águia, digamos, está numa nova situação em que está sendo desafiada a mostrar sua competência.
(Tem medo do fracasso, acha que não terá garras nem asas para voar mais alto.)

Então, a águia, digamos, andou olhando sua pele, sua resistência física, certos achaques de velhice.

Pois bem. Há que jogar fora o bico velho, arrancar as velhas penas, e recomeçar.

Época de metamorfose.

Os estudiosos da metamorfose dizem que não apenas larvas se transformam em borboletas. Para nosso espanto as próprias pedras passam também por silenciosas metamorfoses.

Enfim, parece que estamos condenados à metamorfose. Morrer várias vezes e várias vezes renascer. Até que, enfim, cheguemos à metamorfose final, onde o que era sonho e carne se converte em pó.

Mas que fique sempre no azul o imponderável vôo da águia.


Affonso Romano de Sant'Anna

6 de março de 2010

Não Quero Dinheiro

Só quero amar


Vou pedir prá você ficar
Vou pedir prá você voltar
Eu te amo
Eu te quero bem

Vou pedir prá você gostar
Vou pedir prá você me amar
Eu te amo
Eu te adoro meu amor,

Uma semana inteira Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando

Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar

De jeito maneira Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero

Grito ao mundo inteiro Não quero dinheiro
Eu só quero amar

Te espero para ver se você vem
Não te troco nesta vida por ninguém
Porque eu te amo Eu te quero bem

Acontece que na vida tem gente
Que ser feliz por ser amado por alguém
Porque eu te amo
Eu te adoro meu amor,

Uma semana inteira Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando

Quando a gente ama Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar

De jeito maneira Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero

Grito ao mundo inteiro Não quero dinheiro
Eu só quero amar

Vou pedir prá você gostar
Vou pedir prá você me amar
Eu te amo
Eu te adoro meu amor,

Uma semana inteira Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando

Quando a gente ama Não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar

De jeito maneira Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero

Grito ao mundo inteiro Não quero dinheiro
Eu só quero amar ...


Tim Maia

20 de fevereiro de 2010

A Arte de Presentear


" Homens e mulheres se dão presentes de maneira diferente. Não sei se isso é cultural, se é psicológico ou até biológico. É diferente. E falo tanto de dar quanto de receber. Pois se um presente brilha na mão de um homem na direção de uma mulher o corpo dela é pura emoção e se entreabe numa primavera de dedos e floração de sorrisos e beijos.

O homem, não. O homem em geral, dá a mulher a sensação de que errou o destinatário, que ele está abrindo uma caixa para outra pessoa. Ele não tem dedos ágeis, lindos, frágeis, de quem abre o cristal do afeto, a seda do carinho e os laços da paixão. Vai logo rasgando tudo, meio estabanado e, quando chega ao cerne da coisa, mal balbucia um adjetivo para, luminosa.

Homem não recebe presente. Apenas constata que ganhou, olha-o de fora. Recebe sempre como se as mulheres lhe devessem algo. Falta ao homem aquela aura que só os santos e as mulheres assumem quando recebem uma graça dada.

Receber um presente é uma arte que as vezes tem que se aprender. No meu tempo de menino em Minas, por exemplo, não se abria presente na frente dos outros. A desculpa era sempre que seria falta de educação., Ou será que era medo de mostrar a própria emoção? Carregava-se o presente para o quarto ou ia-se abrir escondido, sozinho, proibindo ao doador a cena da revelação.

Se homens e mulheres recebem presentes diferentemente também escolhem e presenteiam de modo diverso.

A mulher é capaz de passar horas procurando pelas galerias e vitrines. Ela reassume suas suas antigas virtualidades de coletora numa sociedade tribal e vai colhendo das árvores o alimento afetivo para sua família. Mas não me venham, por cauda disso, dizer que a mulher tem mais tempo e/ou foi treinada pra isso desde sempre.


Há também homens, que não foram treinados para isso, não têm tempo, mas cumprem o mesmo ritual do prazenteiro doador. São poucos, é verdade, mas nem por isso são menos homens.

A emoção, dizem os machos empedernidos e os artistas formalisatas, é coisa de mulher. Dizem isso e  perde assim metade do que de bom tem a vida, que é se emocionar.

Sobre presentes se pode muito observar.

- Há quem sai e só consiga comprar presentes pra si mesmo. Roda, roda, roda nas vitrines do seu ego, não consegue ver o outro. Assim, sai para presentear o outro e faz o outro presenteá-lo.

- Há pessoas que não se dão presente para não terem que se dar.
Nesse caso o presente é um escudo. Ambíguo escudo. Nesse caso o presente fala mudo.

- Há pessoas que dão presentes como forma de se dar.
Nesse caso o presente é tudo. Duplo mundo. O próprio corpo a desembrulhar.

Os amantes sabem disso. Entre eles os presentes sinalizam a estrada da paixão. Para eles, o presente é a véspera do corpo. A primeira achega. O progressivo afeto. Pela sua constância, valor e progresso, se sabe quando o amor aumenta ou quando está em extinção.


Assim como da mesma forma o primeiro presente é sinal de que alguém desembarcou em nossa vida, também há presentes que são o último aceno na estação, a última víscera desembrulhada na dilacerada relação.
Mas o bom é quando o presente é um transbordamento do afeto. Uma duplicação do gesto. Um preenchimento de espaços no corpo, na casa do outro.

Deste modo, presentear é resistir, ocupar (claro, em alguns casos, é invadir). Mas quando vai disseminando presentes na campina do outro corpo, o amante, mais que agricultor, é construtor, arquiteto, fundador. Está preenchendo o tempo e o espaço, está se expandindo num concreto amor.

Presentear, na verdade, é isso. É dizer: eu não vim apenas te ver, através do meu presente, eu vim permancer."

Affonso Romano de Sant' Anna
Coleção melhores crônicas

7 de fevereiro de 2010

O que faz bem pra saúde



Acho a maior graça. 
Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal,
Um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo,tome água em abundancia, mas não exagere...
Diante de várias descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e que faz mal para minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0km.
Ler bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritimia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulham o estômogo.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir _ como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma  discussão está pegando fogo, faz muito bem.
Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependindo do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde.
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas, dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor para saúde do que pipoca.
Conversar é melhor do que piada.
Exercício é melhor que cirurgia.
Humor é melhor que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Perguntar é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada.

E amar....
Amar é melhor do que tudo.

6 de fevereiro de 2010

Receita para mal-de-amor


    "Meu amigo tem um amigo que está apaixonado. Está amando e pedindo socorro, porque ao mesmo tempo em que se sente luminosamente dono do mundo sabe-se que é o mais frágil das criaturas. Está meio desorientado. Às vezes até acha que está enfermo. O seu dia-a-dia não é mais o mesmo. Por isso, pede um remédio. Pediu-me como se pede a um farmacêutico na esquina, que lhe indicasse alguns poemas, única poção capaz de minorar seu mal-de-amor. 

   Eu teria que fazer um diagnósitco mais apurado. Encontrar-me com o paciente, fazer-lhe algumas perguntas, devido a responsabilidade da profissão. Mas nao foi possível marcar hora, tomar o pulso, a pressão, ver como anda seu abalodo coração. 

Sugeri ao amigo do amigo: seria melhor que o amante sofredor se internasse para ler os poemas de amor de Camoes, Drummond, Shakespeare, Vinícus e Neruna. Mas reconheci que nem sempre os planos de saúde garante isso. Então perguntei: "Que idade tem o paciente?" "Já um homem maduro", respondeu.

   Nesse caso é mais grave, pensei. Então leia, de Drummond, o poema "Campo de flores", que começa assim: "Deus me deu um amor no tempo da madureza quando os frutos  não são colhidos/ Deus ou talvés o Diabo deu-me este amor maduro/ e a um e a outro agradeço, pois que tenho um amor." E por aí o paciente vai sentir as antigas manhãs voltarem a sorrir para ele, que ele acha que merece mesmo esse amor? Apesar da angústia que lhe trás. E há de concordar. "Mas porque me tocou um amor crepuscular/ há que amar diferente." 

   A seguir, diz-me que seu amigo depois que se apaixonou ficou meio esquesito. Não está nem aí. Fala-se com ele uma coisa e ele responde outra. Não há visita do papa nem eleição que lhe interesse. Esclareço que isso é normal em tais casos. Camões diz: "... fico perguntando aos ventos amorosos, que respiram da parte donde estais, por vós Senhora;/ às aves que ali voam, se vos viram/ que fazíeis que estáveis praticando/ onde, como, com quem, que dia, que horas"

   E acrescento que não se desespere mais do que o necessário, porque o amor, segundo outra fórmula  da farmocopéia amorosa de Camões, "é um fogo que arde sem se ver/ é ferida que dói e não se sente/ é um acontentamento descontente/ é dor que desatina sem doer/ é um querer mais que bem querer/ é um andar solitário por entre gente,/ é um nunca contentar-se de contente,/ é um cuidar que ganha em se perder/ é querer estar preso por vontade/ é servir a quem vence, o vencedor/ é ter com quem uma lealdade/ Mas como causar pode seu favor/ nos corações humanos amizade/ se tão contrário a si o mesmo amor?"

   No caso de o apaixonado sentir que o destino lhe foi atroz, porque não permitiu que conhecesse sua amada há mais tempo, quando era jovem, então não estará só. Um poeta mineiro _pouco conhecido _ Emílio Moura tem apaziguantes pomadas para tal situação:   " Por que me roubaram tanto tempo? Por que não te conheci menina?/ Por que não te conheci quando ias para o colégio?/ Por que não te conheci no momento terrível da revelação da vida?"

   Isso de querer voltar a infancia dos sentimentos é legítimo, quanda se ama. Bandeira também considera isso em "O impossível carinho": " Escuta eu não quero contar-te o meu desejo/ Quero apenas contar-te minha ternura/ Ah se em troca de tanta felicidade que me dás/ Eu pudesse repor/ _ Eu soubesse repor_/ No coração despedaçado/ As mais puras alegrias de sua infância!"

   Nesse ponto, o amigo do amigo apaixonado me pergunta: " E você poeta, nunca amou?" Eu ponderoso, respondo que tenho lido muito a respeito. A rigor não amo melhor nem pior que  ninguém. Do meu jeito amo. Ora esquesito, ora fogoso, às vezes aflito ou ensandecido de gozo. Ja amei até com nojo. Nem sempre de mim dependem, confesso. O corpo do outro é que é sempre surpreendente.

   Mas de qualquer jeito, concluo que o amor é sempre um mistério. E o mistério começa do joelho pra cima. O mistério começa do umbigo pra baixo, e nunca termina. E terminei dizendo: "Diga ao seu amigo que aproveite e sofra de amor o mais que puder, porque como dizia um espanhol renascentista chamado Juan de Encina: ' Más vale trocar placer por dolores que vivir sin amore."


Affonso Romano de Sant' Anna